"CONFISSÃO"
(Dead Reckoning)
Direção de John Cromwell, 1947
Roteiro de Oliver H. P. Garrett & Steve Fisher
Foto (p/b) de Leo Tover
Música de Marlin Skiles
Elenco: Humphrey Bogart, Lizabeth Scott, Morris Carnovsky, Charles Cane, William Prince, Marvin Miller, Wallace Ford.
Desta vez sem o concurso de Lauren Bacall, habitual interesse romântico nos filmes (e esposa na vida real) do astro Humphrey Bogart, aproveitou-se a crescente popularidade - não muito justificável - da loira Lizabeth Scott para servir de companheira de elenco do ator. Dirigido com senso profissional por John Cromwell, o filme coloca um paraquedista da Segunda Guerra (Charles Cane), colega que serve a pátria com Bogart, como procurado por um homicídio e cedo morrendo misteriosamente. Para limpar a honra do amigo, Bogart vai ter a uma boate dirigida por um homem cínico (Morris Carnovsky) e conhece uma cantora (Lizabeth Scott), gente com quem seu amigo parecia estar envolvido. Começa para ele uma investigação complicada e perigosa, insinuando-se a loira para o seu lado, junto com as atividades extras, mortais, do gerente da casa noturna. Aos poucos fascinado por Lizabeth, não faz caso de suas escusas escorregadias e de suas dissimulações e acaba descobrindo o por quê da incriminação do amigo e de seu assassinato em circunstâncias tensas. O desempenho de Humphrey Bogart garante muito do interesse de "Confissão", mas mesmo a fraca Lizabeth Scott, de cabelos mais longos e incontáveis mentiras em sua voz rouca, muitas vezes convence em sua femme fatale típica do gênero noir.
"A ESTRADA DOS HOMENS SEM LEI"
(The Racket)
Direção de John Cromwell, 1951.
Roteiro de William WisterHaines & W. R. Burnett
Foto (p/b) de George E. Diskant
Música de Constantin Bakaleinikoff
Elenco: Robert Mitchum, Robert Ryan, Lizabeth Scott, William Talman, Robert Hutton, Ray Collins,Virginia Huston, William Conrad, Joyce MacKenzie, Les Tremayne.
Mitchum retira as algemas de Ryan para subjugá-lo
Quatro anos depois de "Confissão", mais um noir de John Cromwell e com
Lizabeth Scott (em papel mais secundário). O resultado, no entanto, é bem inferior, em parte porque o chefão Howard Hughes (em sua RKO) contratou outros (Tay Garnett, Nicholas Ray, Mel Ferrer, sabe-se lá mais quem, talvez ele próprio) para remendar o trabalho de Cromwell de acordo com seus caprichos "excêntricos" e também porque o filme se deriva de uma peça teatral, com muitos diálogos e ambientes fechados (como a delegacia, onde se passa a maior parte de sua trama). O policial Robert Mitchum, capitão que comanda uma chefatura, se acha às voltas com o problema de um ex-amigo (Robert Ryan), que enveredou para o mundo do crime e não aceita as "novas regras" (suborno em vez de violência) vigentes no banditismo. Por fim, prendendo-o em sua delegacia, após quase ser vítima de uma explosão em casa, pretende fazer cara a cara o seu ajuste de contas. Contando com dois atores dos mais "quentes" nos protagonistas em lados opostos, é Robert Ryan quem sobressai em sua caracterização mais bem trabalhada sobre a emoção e a revolta odiosa.
Lizabeth Scott, inexpressiva e artificial, faz pouco mais do que jogar charme para seu
jovem e tolo admirador (Robert Hutton), meio-irmão do facínora mal adaptado, dentro da cadeia. Dispensável - apesar de Ryan e do aproveitamento discreto de Mitchum.
Lafa, conheço e tenho o primeiro gravado da TV. Aliás estou feliz, consegui um lugar na sua nova Poltrona... maneiro, meus parabéns! Sobre o filme do Bogart acho muito bom, uma história bem noir mesmo, com herói angustiado e em perigo, loura fatal, reviravoltas de praxe. Acho uma das melhores aventuras do Bogart de quem sou fã. O clima é também dos bons, não sei se vi outro desse John Cromwell fora "Confissão" e um que lhe emprestei, "À Margem da Vida". Abraxxx, sucesso motorizado !!!!
ResponderExcluirValeu a presença, Gui ! Sim, o Cromwell também fez "À Margem da Vida", outro bom filme seu com a Eleanor. Lembro-me bem que dependi de você para revê-lo. Suas observações estão muito boas e espero contar sempre com o amigo. Um grande abraxxx !!!
ResponderExcluirVi esse, acho um bom filme, como disse o Gui, decididamente noir puro. Bogart e a exótica Lizabeth combinam, ela é uma femme fatale platinada convincente, ele é sempre bom. A direção tem a seu favor um roteiro sinuoso e bem representativo da dúvida que se estabelece em Bogart quanto à loura por quem já se envolveu, propiciando climas de expectativa e asfixia neurótica. Gosto bastante.
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