sexta-feira, 24 de julho de 2015

"ARMADILHA AMOROSA"


(The Tender Trap)

Direção de Charles Walters, 1955

Produção de Lawrence Weingarten

Roteiro de Jules Epstein & Max Schulman

Elenco: Frank Sinatra, Debbie Reynolds, David Wayne, Celeste Holm, Lola Albright, 

Carolyn Jones, Jarma Lewis, Tom Helmore, Howard St. John.

Comédia baseada em sucesso teatral que a Metro comprou especialmente para a ascensão de Debbie Reynolds. Cantor/ agente de espetáculos (Frank Sinatra), solteirão cobiçado por diversas "amizades coloridas" e por madura e esperançosa amiga (Celeste Holm), recebe em casa antigo camarada casado (David Wayne), que se impressiona com suas conquistas. Mas sua boa vida irá mudar com o aparecimento de uma jovem aspirante a cantora (Debbie Reynolds), garota muito determinada e com planos matrimoniais em vista.
Sinatra está ótimo e inteiramente à vontade no papel que dizia ter mais gostado de fazer. Debbie tem uma boa oportunidade e os dois mostram apreciável química juntos (consta que, nos bastidores,  Sinatra a advertiu: "Jamais se case com um cantor", só que ela já estava noiva de Eddie Fisher e deu no que deu).

Frank & Debbie: afinados juntos

Bastante competentes, ainda, Celeste Holm e David Wayne dentro do espírito gracioso da comédia, já que não se trata de um musical - há apenas uma canção, "(Love is) The Tender Trap", de Sammy Cahn & Jimmy Van Heusen, que, cantada no filme e gravada separadamente pela dupla central, constituiu-se em "hit" de Sinatra. Direção leve de Charles Walters, num de seus trabalhos mais agradáveis. Carolyn "Morticia" Jones, quase começando e loura, divertida na pequena que conduz o cachorro do Don Juan para passear.

Sinatra, Debbie, Celeste e Wayne - bom quarteto

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quinta-feira, 19 de março de 2015

"CONFISSÃO" / "A ESTRADA DOS HOMENS SEM LEI" - Dois filmes noirs


"CONFISSÃO"

(Dead Reckoning)
Direção de John Cromwell, 1947
Roteiro de Oliver H. P. Garrett & Steve Fisher
Foto (p/b) de Leo Tover
Música de Marlin Skiles

Elenco: Humphrey Bogart, Lizabeth Scott, Morris Carnovsky, Charles Cane, William Prince, Marvin Miller, Wallace Ford.


Desta vez sem o concurso de Lauren Bacall, habitual interesse romântico nos filmes (e esposa na vida real) do astro Humphrey Bogart, aproveitou-se a crescente popularidade - não muito justificável - da loira Lizabeth Scott para servir de companheira de elenco do ator. Dirigido com senso profissional por John Cromwell, o filme coloca um paraquedista da Segunda Guerra (Charles Cane), colega que serve a pátria com Bogart, como procurado por um homicídio e cedo morrendo misteriosamente. Para limpar a honra do amigo, Bogart vai ter a uma boate dirigida por um homem cínico (Morris Carnovsky) e conhece uma cantora (Lizabeth Scott), gente com quem seu amigo parecia estar envolvido. Começa para ele uma investigação complicada e perigosa, insinuando-se a loira para o seu lado, junto com as atividades extras, mortais, do gerente da casa noturna. Aos poucos fascinado por Lizabeth, não faz caso de suas escusas escorregadias e de suas dissimulações e acaba descobrindo o por quê da incriminação do amigo e de seu assassinato em circunstâncias tensas. O desempenho de Humphrey Bogart garante muito do interesse de "Confissão", mas mesmo a fraca Lizabeth Scott, de cabelos mais longos e incontáveis mentiras em sua voz rouca, muitas vezes convence em sua femme fatale típica do gênero noir.


"A ESTRADA DOS HOMENS SEM LEI"

(The Racket)
Direção de John Cromwell, 1951.
Roteiro de William WisterHaines & W. R. Burnett
Foto (p/b) de George E. Diskant
Música de Constantin Bakaleinikoff

Elenco: Robert Mitchum, Robert Ryan, Lizabeth Scott, William Talman, Robert Hutton, Ray Collins,Virginia Huston, William Conrad, Joyce MacKenzie, Les Tremayne. 

                                      
                                        Mitchum retira as algemas de Ryan para subjugá-lo

                       Quatro anos depois de "Confissão", mais um noir de John Cromwell e com 
Lizabeth Scott (em papel mais secundário).  O resultado, no entanto, é bem inferior, em parte porque o chefão Howard Hughes (em sua RKO) contratou outros (Tay Garnett, Nicholas Ray, Mel Ferrer, sabe-se lá mais quem, talvez ele próprio) para remendar o trabalho de Cromwell de acordo com seus caprichos "excêntricos" e também porque o filme se deriva de uma peça teatral, com muitos diálogos e ambientes fechados (como a delegacia, onde se passa a maior parte de sua trama). O policial Robert Mitchum, capitão que comanda uma chefatura, se acha às voltas com o problema de um ex-amigo (Robert Ryan), que enveredou para o mundo do crime e não aceita as "novas regras" (suborno em vez de violência) vigentes no banditismo. Por fim, prendendo-o em sua delegacia, após quase ser vítima de uma explosão em casa, pretende fazer cara a cara o seu ajuste de contas. Contando com dois atores dos mais "quentes" nos protagonistas em lados opostos, é Robert Ryan quem sobressai em sua caracterização mais bem trabalhada sobre a emoção e a revolta odiosa. 
Lizabeth Scott, inexpressiva e artificial, faz pouco mais do que jogar charme para seu      
jovem e tolo admirador (Robert Hutton), meio-irmão do facínora mal adaptado, dentro da cadeia. Dispensável - apesar de Ryan e do aproveitamento discreto de Mitchum.




POLTRONA MOTORIZADA

Asfixia de filmes clássicos ou de arte ? Amigos, membros e seguidores vêm me solicitando um novo blog, como alternativa da Poltrona do Lafa de que sou titular. Consideram que escolho filmes não muito conhecidos ou "difíceis" e que não cedo espaço para produções comerciais, que abomino Hollywood e que só gosto de raridades. Não concordo com essas queixas, já que meu propósito é despertar a atenção dos leitores e colaboradores para outro tipo de Cinema, mais afinado com o termo já há muito conhecido como "sétima arte". Como, porém, pessoas queridas vêm torcendo por um outro espaço mais popular e acessível, decidi aceitar o desafio de destacar também filmes sem tantas ambições artísticas (ainda que bons ou agradáveis) como uma experiência. Não irei abrir mão da minha Poltrona tradicional, dedicada aos filmes de que mais gosto e que me são mais caros, esta vai continuar por minha própria vontade, a serviço de quem por ela possa se interessar. Como uma não obriga a exclusão da outra, tento ambas - eu disse "tento" - para ver se agrado mais a gregos e troianos. Que seja criada a minha POLTRONA MOTORIZADA, promovendo a satisfação de vocês...